13 de Junho de 2000
Lakers 120 x 118 PacersFinais da NBA 1999 - 2000 - Jogo 4 (Lakers lidera série por 2-1).
Nas finais, contra o Indiana Pacers, Kobe, por muitos, é ofuscado por performances acachapantes de Shaq (algumas com 40 pontos e 20 rebotes - tendo 38 ppj, 16.7 rpj e 2.3 bpj), no entanto, engulam! Sem Kobe, Shaq não seria suficiente.
Apesar de, estatisticamente e psicologicamente, Shaq mastigar qualquer equipe, Kobe fez acontecer. No primeiro jogo da série, Kobe defendendo o melhor jogador do Pacers e um dos melhores arremessadores da história, Reggie Miller, limitou o cabeça de alien a um jogo de 7 pontos com um aproveitamento de 6%(!!!) nos arremessos (1 -16). No segundo jogo, no segundo quarto, Bryant, após saltar para o arremesso, pousou sobre o pé de Jalen Rose e teve torção no tornozelo. Alguns dizem que não foi intencional, ainda que o próprio Jalen tenha dito que aquilo “não foi um acidente”. Fato é que, após Kobe sair no segundo quarto, o Lakers encontrou muitas dificuldades para criar oportunidades ofensivamente, restando ao time de Indiana, dobrar, triplicar em Shaq. O resultado foi uma vitória magra, após a janta que O’Neal tinha feito no garrafão de Indiana. No jogo 3, sem Kobe, ficou claro que, agora como um jogador de elite, Bryant faria falta a qualquer equipe: ofensivamente, em desafogar Shaq e criar para os companheiros, defensivamente, em defender Reggie Miller e Mark Jackson. Miller, que combinou para 28 pontos nos dois primeiros jogos, fez 33 no primeiro que não teve Kobe no seu cangote o tempo todo.
No quarto jogo, crucial no desenvolver da série, na casa do adversário, culminou naqueles momentos pelos quais Kobe viveu. Encontrando dificuldades no primeiro tempo em que marcou apenas 6 pontos, Kobe passou o tempo todo pressionando e colocado gelo no tornozelo, e afligido na defesa para marcar Miller e Jackson, coletou 4 faltas apenas no primeiro tempo. Parecia não preparado para voltar para um jogo com tal intensidade. No entanto, como estamos falando de um jogador que, para não perder a pré-temporada, adiou uma cirurgia no dedo da mão que arremessa, para a outra temporada, Kobe voltou ao segundo tempo em busca de redenção.
Logo no início do terceiro quarto, cometeu a quinta falta, para a alegria do perímetro do Pacers. No entanto, Phil Jackson, mais sábio que mestre Yoda, deixa Kobe no jogo, tirando-o em instantes oportunos, sucedendo a volta do Mamba para a quadra. Resultado: Kobe faz três cestas consecutivas, dando a liderança ao time perto do fim da partida. O Pacers, valente, executa a jogada que concede o empate do placar, levando o jogo à prorrogação, após cesta de Sam Perkins. No tempo extra, Shaq continuava sendo a referência do Lakers no ataque, comandando as primeiras ações, apesar dos 14 pontos de Kobe no segundo tempo do período regulamentar. No entanto, faltando pouco mais de dois minutos, Shaq cometeu a sexta falta e foi ejetado da partida, para o delírio da torcida que só entende de Fórmula Indy.
Em frente ao iminente empate da série, Phil refletiu, consultou sua equipe estatística, fez a leitura da série e de como o Pacers vinha defendendo o pick n’ roll, olhou para o plantel e viu quem era capaz de espaçar a quadra sem Shaq para atrair marcação, e então tomou a mais sábia, desenhou a jogada mais segura da história: mandou o “passem para o Kobe”. O melhor jogador no um-contra-um da história da liga, Kobe, em três posses de bola consecutivas, isolado com o marcador, converteu os arremessos, com pouco mais de um minuto para o encerramento da partida. Aí me vem o Pacers e converte uma cesta de três para passar a frente do placar com pouco menos de 40 segundos no relógio.
Mas que raios! Coé, esse post é sobre Kobe. Já sabemos como termina.
Na última posse do time da California, Brian Shaw foi para a bandeja e errou, então Kobe pula para agarrar o rebote ofensivo e fazer a bandeja no tapinha reverso para dar a vantagem de três pontos para o Lakers, o que se tornou demais para o Pacers alcançar. Kobe teve 8 pontos na prorrogação, a segunda maior marca da história, em uma prorrogação, em um jogo de finais. Isto com apenas 21 anos.
Afro Kobe é minha versão preferida do nosso Mamba. Ou talvez Kobe 24, com um sleeve curto perto do cotovelo. Não sei. Te amo, Kobe.
Kobe Eterno. Apreciem, mais uma vez.
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