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QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO, LAKERS?




Depois de assinar com Lebron James, os movimentos do Lakers levantaram questionamentos por parte da torcida e mídia especializada.


Após a mais absoluta euforia de ver o atual melhor jogador do mundo assinando com seu time, os seguintes negócios deixaram os torcedores do Lakers com uma pulga atrás da orelha. Lebron é um dos maiores criadores de jogadas de todos os tempos. Lebron jogou a vida inteira cercado de arremessadores que explorariam ao máximo toda a habilidade de passe do “King”. Mas em vez de trazer os tais shooters, o Lakers resolveu ousar. De cara, trouxe Lance Stephenson e Rajon Rondo, que têm médias de cerca de 30% nos arremessos de 3 pontos em suas respectivas carreiras. Depois, Javale McGee, um pivô “enterrador”, que passa longe de ter sequer um arremesso de média distância confiável. E, “a cereja do bolo”, Michael Beasley, que apesar de ser, provavelmente, o melhor arremessador entre os quatro contratados (tem médias de 35% na carreira, que é a média da liga), não é lá o arremessador mais confiável que você vai encontrar por aí. Além disso, toda essa galera é conhecida por suas, digamos, peculiaridades. Rondo pode simplesmente resolver dar as ordens, e não necessariamente seguir as ordens de seu treinador e companheiros. É um cara que vive em um mundo à parte e que adora uma confusão. Lance, McGee e Beasley, também conhecidos por serem malucos. Brigas e jogadas de pouquíssima inteligência acompanham a carreira dos três.


Mas, então, que diabos o Lakers está fazendo? Vai sobreviver alguém nesse vestiário cheio de malucos? CADÊ O XUTER, LEIQUERS?


Bom, para começo de conversa, é preciso deixar claro que o Lakers tem, sim, bons arremessadores. Não acredite em tudo que a mídia diz. O Lakers não trouxe arremessadores, mas o Lakers já possuía arremessadores. Apesar de jovens, Kyle Kuzma (36.6%), Brandon Ingram (39% na temporada e 46% após a pausa para o All-Star Game) e Josh Hart (39.6%) são arremessadores confiáveis. Ingram evolui a cada jogo e, Kuzma e Hart, mesmo novatos, chegaram mostrando suas qualidades no fundamento. Além deles, Kentavious Caldwell-Pope, peça muito importante no time, vem de sua season high passando dos 38%. Tudo isso, vale destacar, num time sem muitas jogadas trabalhadas, onde muitas vezes os jogadores eram forçados a arremessar de posições nada confortáveis. Lonzo Ball, que chutou míseros 30% na temporada, sofreu como qualquer novato. Porém, deu lampejos. Em diferentes momentos da temporada, mostrou que era capaz de ser um bom arremessador. Lonzo que, vale lembrar, passou dos 41% em UCLA com um volume grande de arremessos. Isso indica que é preciso ter paciência com o garoto, que naturalmente irá encontrar seu jogo. Com tudo isso dito, falta o fator principal: Lebron James! Não só pela visão de jogo e qualidade no passe de Lebron, mas, principalmente, pela preocupação que as defesas têm com ele, os espaços para toda essa turma arremessar serão infinitamente maiores. Não é absurdo pensar que todos estarão próximos dos 40% da linha de 3, ou que pelo menos superem os 35%, que seriam médias muito boas.


Além disso, no outro lado da quadra, Lonzo Ball, Brandon Ingram e Josh Hart possuem incrível versatilidade. Podem marcar, tranquilamente, 3 posições. Em tempos de “small ball”, poderão até marcar todos os 5 jogadores adversários. Isso será fundamental para o Lakers. Cada vez mais se usa o “switch everything” (quando não existe uma marcação individual fixa, ou seja, conforme o ataque realiza bloqueios com e sem bola, a defesa realiza trocas) e se, por exemplo, seu armador consegue segurar o ala pivô adversário, você cria um problemão para o oponente. Em seu núcleo jovem, o Lakers traz essa capacidade de ser versátil defensivamente. Acreditando numa utopia de desbancar os Warriors, algo do qual abordaremos mais adiante nesse texto, a capacidade de defender em switch será essencial para o Lakers.
O Lakers confia em seus garotos para garantir arremesso e versatilidade defensiva.

Outro fator de extrema importância e que está sendo consideravelmente ignorado na hora de criticar a montagem do elenco, é que Lebron James quer trabalhar por menos tempo com a bola em suas mãos e mais tempo com playmakers a seu redor. Em reunião com Magic Johnson, Lebron deixou claro que queria mudar. Depois de jogar a vida inteira com a bola nas mãos e cercado de arremessadores, Lebron queria algo diferente. Deixou claro para Magic que, ainda que não vá mudar da água para o vinho (o próprio treinador Luke Walton disse que “Lebron passará muito tempo com a bola nas mãos”), gostaria de variar um pouco seu estilo e exigiu a contratação de playmakers. Em Rondo, o Lakers conseguiu o melhor playmaker disponível no mercado após Lebron. Lance é um jogador que rende com a bola em mãos e, apesar de muitas vezes abusar dos dribles, pode executar o pick&roll com qualidade e criar jogadas para seus companheiros. Beasley não é um jogador que podemos chamar de playmaker, mas é um cara capaz de colocar a bola debaixo dos braços e pontuar de qualquer maneira, tirando um pouco a bola das mãos de Lebron. Beasley, aliás, tem bom fundamento nas jogadas de post e, com alguma movimentação trabalhada por Luke Walton, pode servir cutters (jogadores que, sem a bola, fazem cortes em direção à cesta) e arremessadores através dessa posição.


Outro ponto a ser analisado é que, apesar de contar com Lebron James e isso colocar o projeto em outro patamar, o Lakers ainda confia e aposta muito em seus jovens jogadores. A base principal do time deverá ser Lebron + garotos. E as novas contratações chegam, claro, para ajudar em quadra, mas, principalmente, para moldar a mentalidade desses jovens. Em específico com as chegadas de Rondo e Lance, o Lakers deixa claro que acabou a moleza. Os garotos terão de enfrentar uma competição absurda no dia a dia. Diga o que quiser de Rondo e Lance. Critique o que quiser criticar a respeito de seus estilos. Mas existe uma coisa que não podemos falar um “a” sequer: Competitividade. São jogadores extremamente competitivos. Em jogos e em treinos. Se você acha que, na cabeça deles, eles estarão no Lakers simplesmente para “somar”, você está redondamente enganado. Eles estarão no cangote de Lonzo e Ingram, especificamente, tentando ser melhores e garantindo seus minutos na rotação. No fim das contas, a tendência é que os garotos tenham mais minutos e sejam mais importantes para o time por simplesmente serem melhores. Porém a “sombra” dos veteranos estará presente por cada segundo da temporada. Isso fará com que ambos criem uma “casca” absurda, que desenvolvam uma mentalidade de competição e, mais do que tudo, evoluam, afinal nada melhor para evoluir do que estar sempre em seu limite.


Também é preciso explicar algo que não é exclusividade do Lakers. O time foi/é/será montado para ganhar do Golden State Warriors. Se você pensa em ganhar alguma coisa, vai ter que ganhar dos Warriors. Eles formaram, possivelmente, o time mais “apelão” da história do basquete e trucidam adversário após adversário. As franquias têm duas opções: Aproveitar a dinastia dos Warriors para adotar o famoso “tank”, ou então tentar manter e adicionar o máximo de talento possível ao seu elenco e “ir para a guerra” contra um dos melhores times da história. O Lakers já têm seus jovens talentos e, com a chegada de Lebron James, graças a Deus, os tempos de tank acabaram. Então, em vez de trocar por Paul George, Kawhi Leonard ou qualquer estrela que manifeste interesse em jogar em Los Angeles, o Lakers adota uma postura cautelosa. Se recusam a negociar qualquer um de seus jovens. Se recusam porque, repito, sabem que só existe uma forma de bater os Warriors: Juntar o máximo possível de talento em seu elenco. Não adianta trazer Kawhi Leonard se você perderá Ingram, Kuzma e Hart. Melhor do que ter Lebron James e Kawhi Leonard no seu time, é ter ambos cercados de garotos talentosos prontos para ajudá-los e assumir o comando da franquia a medida em que os veteranos envelheçam. O Lakers não deve fazer, e não irá fazer, nenhuma loucura para tentar desbancar os atuais campeões. Já dizia aquele ditado, “a pressa é inimiga da perfeição”. O Lakers não tomará nenhuma medida precipitada, muito pelo contrário. Seguirá seu plano pacientemente, confiando na vontade de Kawhi Leonard em jogar no Lakers para trazê-lo via agência livre e, claro, na evolução de seus jogadores promissores.



E, então, como o Lakers planeja bater os Warriors na temporada 2018/2019? Para isso, o Lakers resolveu buscar uma alternativa um tanto quanto interessante. O pensamento é claro: Se AINDA não temos talento para bater de frente
com eles, iremos tentar de outra forma. O Lakers, meus amigos, irá, literalmente, partir para a porrada contra Golden State. Em vez de criar uma nova forma de jogo, uma estratégia mirabolante ou algo do gênero, o Lakers seguirá o exemplo de Houston e tentará tirar os Warriors de seu próprio jogo.


“Cotovelada com responsabilidade” e muita provocação. O Lakers deve seguir o exemplo de Houston de forma ainda mais extrema e descer a porrada nos paneleiros.


Houston, em Harden e Chris Paul, possuía muito talento. Em Ariza, Tucker, Capela & CIA, possuía muita versatilidade defensiva. Mas não foi apenas isso que fez os Rockets levarem Golden State ao sétimo jogo e deixar pessoas convencidas de que, caso Chris Paul não tivesse se machucado, teriam levado a melhor na última final de conferência. O que fez a diferença para Houston foi abusar do jogo físico, da pancadaria e, assim, fazer com que os Warriors não fossem os Warriors. Golden State, um time conhecido pela movimentação constante de seus jogadores e da bola, deixando as defesas completamente perdidas, jogou de forma completamente oposta contra Houston. Abusou das isolations, em vários momentos se descontrolou emocionalmente e viu seus jogadores parecerem meros “meia bocas” mal treinados. Pareciam outro time.


Com o lado emocional claramente abalado, e o físico desgastado, Golden State cometeu erros na série contra Houston que poucas vezes vimos antes.


A intenção do Lakers é seguir esse exemplo de forma ainda mais extrema. Enquanto Kawhi Leonard não chega e enquanto os garotos ainda não têm cacife para colocar a bola nas mãos e decidirem partidas, a aposta é em uma combinação de Lebron James + garotos + porrada. Rajon Rondo estará na orelha de Steph Curry. Klay Thompson e Kevin Durant terão de aturar não só Lance Stephenson falando besteira, mas também a competitividade do garoto Josh Hart. O Lakers irá, sem vergonha alguma, jogar sujo. Enquanto Lebron James e “seus meninos” jogam o melhor e mais puro basquete que podem jogar, os veteranos estarão no cangote dos Warriors tentando tirar-lhes do sério. Green e Cousins têm um vasto histórico de “esquentadinhos”. Kevin Durant é o típico sujeito que cai naquele “SEJE MAIS HÔMI QUE EU”. Vimos isso contra Houston, quando Durant caiu na pilha dos Rockets e fazia o técnico Steve Kerr implorar para que seu camisa 35 parasse com as jogadas individuais e envolvesse mais os companheiros. Lance e, principalmente, Rondo, entrarão em quadra para “descer o sarrafo”, tirar Curry, Durant & CIA do sério e, consequentemente, de seus respectivos jogos. O Lakers irá abusar do jogo físico e trash talk tentando entrar na cabeça de seus adversários mais qualificados.
Sim, Rajon Rondo possui um compilado de 5 minutos com suas brigas no YouTube. E, acredite, o vídeo está extremamente desatualizado.


“Mas, Leo, de que adianta montar um time para bater os Warriors se não chegarmos a de fato enfrentá-los nos playoffs? Aliás, vamos aos Playoffs? Vários especialistas estão dizendo que não”. Primeiro que o Lakers, sim, estará nos Playoffs. E muito provavelmente com mando de quadra. Esqueça o que os malucos da imprensa americana dizem em tentativas desesperadas de ganhar audiência. Um time com o núcleo jovem que o Lakers possui + Lebron James é um excelente time. O “x da questão” é como o Lakers se comportará nos Playoffs, como terá sucesso nessa fase da competição tendo tantos garotos em seu elenco. Para atingir esse sucesso, o Lakers apostará na receita de Cleveland: Com exceção da apelação que é o Golden State Warriors, Lebron James consegue, praticamente sozinho, bater qualquer time. Vimos isso na última temporada, em especial nos confrontos contra Toronto e Boston, times que possuíam elenco de apoio e comissão técnica mais qualificados que os de Cleveland, mas que nada puderam fazer para conter James. Contra Blazers, Spurs, Thunder, Jazz e afins, o Lakers confiará no talento de Lebron com o auxílio dos jovens. Contra Golden State, apostará em algo diferente.



E é isso. Dificilmente o Lakers (e qualquer outro time) irá bater os Warriors. Com a adição de DeMarcus Cousins, a vida de 29 franquias ficou ainda mais complicada. Mas Houston mostrou que eles não são invencíveis e, mais que isso, mostrou os caminhos para batê-los. Com as novas contratações, o Lakers tentará não só tirar os Warriors do sério, mas também desenvolver em seus garotos um espírito de competitividade e fazê-los crescerem na marra enfrentando jogadores extremamente competitivos todos os dias. Não pense nem se deixe influenciar por quem pense assim, o Lakers não terá Rondo, Lance, Beasley e McGee como os principais ajudantes de Lebron. Para este papel secundário, o Lakers apostará em seus garotos. Apostará que, mesmo sem experiência, o talento ofensivo e versatilidade defensiva deles prevalecerá. E apostará nos veteranos contratados para levá-los ao limite durante uma temporada inteira e, com sorte, aprontar para cima do melhor time do mundo. Após isso, no próximo período de agentes livres, se tudo acontecer como planejado, o Lakers terá Kawhi Leonard, seus jovens ainda mais evoluídos e, aí sim, tentará bater Golden State no talento.


Autoria: LeoLakers, mais conhecido como ébano_el_terremoto

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