O promissor técnico completa duas temporadas na NBA sem mostrar grande evolução.
Luke chegou à NBA em 2003, iniciando sua carreira como jogador justamente no Los Angeles Lakers. “Eleito” o novato de Shaquille O’Neal, Walton foi vítima das brincadeiras mais pesadas do lendário camisa 34. Luke, desde cedo, soube o que era um time vencedor. Apesar do time 2003/2004 do Lakers não ter conseguido o título em uma frustrante derrota para o Detroit Pistons nas Finais, Walton estava em um elenco que havia levado 3 títulos seguidos nas temporadas anteriores. Luke não só teve a chance de chegar às Finais em seu ano de novato, mas, mais importante, estava cercado de lendas como Shaq, Kobe Bryant e o técnico Phil Jackson. Apesar de passar longe de ser um jogador acima da média, Luke era conhecido por seu alto QI de jogo. Era um ala pivô sem muitos recursos, mas de bom passe e inteligência. Luke era um “nerd” do basquete e certamente a ideia de ser técnico sempre esteve em sua cabeça. Tanto que, mais tarde em sua carreira, não só tinha liberdade de participar das reuniões da comissão técnica liderada por Phil Jackson, como tinha direito a palavra e suas ideias eram ouvidas pela comissão.
A sua carreira como técnico na NBA (nesse caso, auxiliar técnico) iniciou no Golden State Warriors. Assistente de Steve Kerr, Luke teve grande visibilidade na temporada 2015/2016. O comandante Steve Kerr foi obrigado a se afastar das quadras por problemas de saúde e então coube a Luke Walton “assumir a prancheta” do time que, na época, era o atual campeão. Foi nesse período que Walton fez seu nome e despertou a atenção de todos os times que precisavam de um novo técnico: Os Warriors tiveram um começo fulminante, iniciando a temporada com um recorde de 24 vitórias e nenhuma derrota. Walton entregou o comando de volta a Steve Kerr com um recorde de 39 vitórias e apenas 4 derrotas. Aliás, você deve ter percebido: Walton, em seus 43 jogos, comandou a equipe por mais jogos que o próprio treinador Steve Kerr, que treinou a equipe apenas nos últimos 39 jogos da temporada regular (sem contar os Playoffs). Temporada essa que terminou com o histórico recorde de 73-9 dos Warriors.
Enquanto Luke se destacava pelos lados da “Bay Area”, o Lakers sofria com o horrível Byron Scott. Por mais que tivesse um elenco fraco em mãos, Byron deu todas as provas que, apesar de grande jogador e sucesso como técnico no passado, seu estilo não cabia mais no basquete atual. Uma demissão ao fim da temporada era inevitável. E não deu outra, Byron perderia o emprego e, a partir daí, o Lakers procurava alguém para comandar a era “pós Kobe Bryant”. Luke seria um alvo óbvio pelo passado com a franquia, pela proximidade com Phil Jackson e, principalmente, pelo bom trabalho em Golden State. Seu grande “rival” era Ettore Messina, um italiano vencedor, cheio de títulos na Europa, membro do Hall da Fama do basquete italiano e braço direito de Gregg Popovich no San Antonio Spurs. Ambos tinham uma “entrevista” marcada com os dirigentes do Lakers. Messina parecia disposto ao cargo, tanto que daria uma “fugidinha” dos Spurs no meio de uma disputa de Playoffs para ser entrevistado… Mas você leu certo: “Daria”! Não deu… Walton, que foi entrevistado primeiro, impressionou tanto os dirigentes do Lakers que saiu de lá praticamente contratado. A reunião com Messina foi cancelada e Luke logo anunciado como treinador.
E então Walton chegava oficialmente ao Lakers para iniciar sua carreira como, agora de fato, treinador. Com um elenco cheio de talento, porém muito jovem, Walton teria a paciência necessária tanto de seus comandantes quanto da torcida para crescer junto com os jogadores. Era um cenário perfeito: O Lakers apostaria nas promessas D’angelo Russell e Brandon Ingram para serem os grandes líderes do futuro, enquanto Julius Randle, Jordan Clarkson e Larry Nance Jr seriam os “ajudantes de luxo”, formando um elenco cheio de potencial e que empolgava a torcida. Porém, no período de agência livre os questionamentos começaram. O Lakers fechava contratos com Luol Deng e Timofey Mozgov por valores ridículos. Por mais que Luke não escolha quanto cada jogador receberá, notícias indicavam que os atletas foram pedidos do técnico, que via nos veteranos a chance de “emular” um Golden State Warriors, com Deng fazendo o papel de Iguodala e Mozgov o papel de Bogut. A ideia é errada do início ao fim. Por mais vencedor que os Warriors tenham sido, cada time é um time, cada elenco é um elenco. Walton começava mal tanto nas ideias quanto na montagem de seu elenco. Um sinal de alerta era ligado já em seu primeiro grande ato como treinador…
Mas, passada a raiva inicial, a empolgação, ainda que limitada, continuava entre a torcida. Primeiro que não há melhor lugar para se criar um “hype” do que em Los Angeles. Segundo que Luke é um cara malandro, um autêntico californiano. Simpático, usando suas roupas largas, sempre com um sorriso no rosto e um poder de convencimento grande. Luke é o “gente boa da turma”. E assim levava a imprensa na ponta da língua, tratando todos bem e dizendo as coisas certas. Se levarmos em conta que seu antecessor, Byron Scott, era o total oposto, Luke parecia ainda mais simpático. E não foi só isso… O Lakers iniciava bem a temporada. De fato parecia que as coisas iriam andar. Luke era constantemente elogiado pelos jogadores e o desempenho em quadra, ainda que com defeitos, era satisfatório não só por ser um começo de temporada, mas por não ser um elenco que contava com grandes peças. O Lakers fechava os primeiros 20 jogos da temporada com um recorde de 50%, 10-10 e muita esperança de que a coisa ainda melhoraria. Porém, de novo, as esperanças foram sendo cortadas pouco a pouco…
Se antes empolgava a torcida e resultava em posters como este, o grupo de 2016/2017 deixou a desejar e levantou questionamentos quanto a qualidade de Luke Walton.
Nos 20 jogos seguintes, o Lakers teria um recorde de 4-16. Com os fatores do relativo sucesso inicial manjados pelos adversários e lesões no elenco, Walton se viu perdido. Pela primeira vez precisou trabalhar como o head coach de uma equipe e tomar decisões complicadas. E aí foi lambança após lambança… A iniciar pelas escalações. Luke se recusava a mexer em seu banco, fazendo que com que a cada lesão de um titular, jogadores que não eram relacionados ou que não entravam em quadra virassem titulares. O que acontecia é que, por mais que os reservas seguissem produzindo, os titulares tomavam um baile tão grande que ficava impossível vencer. As ideias de Luke também já estavam manjadas. Os adversários sabiam que bastava marcar as bolas de 3 dos “peladeiros” Nick Young e Lou Williams para anular o Lakers, que usava os veteranos como desafogo. A partir daí, Luke não teve ideias. Nada funcionava. Após o “ilusório” 10-10, o Lakers teve um recorde de 16-46, fechando a temporada com 26-56. Um número que, se visto sem muita análise, até não soaria tão ruim devido a inexperiência, lesões e falta de qualidade no elenco, mas que preocupava pela falta de ideias de seu treinador, que se mostrava incapaz de fazer ajustes quando as coisas não andavam bem. Luke fechava sua primeira temporada deixando uma pulga bem grande atrás da orelha dos torcedores…
E aí iniciamos a temporada 2017/2018. Trocando D’angelo Russell e Mozgov por Brook Lopez com o objetivo de criar espaço na folha salarial e também por supostas “imaturidades” do jogador de 20 anos, além de trazer, através do Draft, Lonzo Ball, Kyle Kuzma, Josh Hart e Thomas Bryant. Kentavious Caldwell Pope, tentando se valorizar para o seguinte período de agentes livres, também assinava com o Lakers em um negócio surpreendente e que animava os torcedores. Lou Williams já havia saído no fim da temporada 2016/2017 e Nick Young, aproveitando o fato de ser um agente livre, fechava com os Warriors. Luke parecia livre de jogadores com fama de imaturos e descompromissados para contar com um elenco que não apenas teria qualidade, mas exalava profissionalismo.
Walton começava a temporada com foco 100% na defesa. Literalmente não treinava seu ataque, em uma decisão que não parecia fazer muito sentido. De qualquer forma, o técnico criou uma obsessão gigantesca com a defesa e tentava fazer os jogadores pensarem da mesma forma. Defesa seria sua prioridade. A ideia era “defender e contra atacar da forma mais rápida possível” e esse seria o estilo do novo Los Angeles Lakers, liderado por Lonzo Ball. Aliás, Luke tinha um elenco de bom perfil defensivo em mãos. Nenhum craque no aspecto, mas jogadores versáteis, comprometidos e com fama de não fazerem feio ali. Pope, Ingram, Nance, Brewer, etc tinham boa fama no setor. Julius Randle chegou mostrando que estava com “fome de bola”, passando a ser consistente na defesa e ajudando com sua versatilidade, sendo capaz de defender jogadores de todas as 5 posições. Lonzo Ball jogava feito um veterano defendendo, surpreendendo a todos que consideravam esse um aspecto falho da jovem promessa. Com esse elenco em mãos, Walton teria condições de aplicar seus conceitos e tornar o Lakers um bom time defensivo.
Falando nisso, os conceitos defensivos de Luke foram os mesmos da temporada 2016/2017. Em sua maioria são bons, de acordo com o que os melhores times da atualidade fazem. Possui erros, que também são os mesmos da temporada passada, mas de forma geral o trabalho de Luke é positivo ali. A base da defesa do time comandado por Luke é o “ice defense”, conceito que consagrou, por exemplo, o Chicago Bulls de Tom Thibodeau.
O conceito é o seguinte: Você impede que o adversário realize o pick&roll forçando ele a ir para o lado oposto do bloqueio, enquanto um pivô se posiciona para ajudá-lo e um jogador do lado oposto da quadra faz a ajuda para este pivô (o que os americanos chama de “help the helper”, ou, numa tradução nível Joel Santana, “ajudar o ajudante”). Resumindo, você “nega” a execução do Pick&Roll. O objetivo é tirar espaço do jogador com a bola, quase que fazendo uma marcação dupla nele, e impedir que o pivô adversário corte para a cesta, forçando um passe para o outro lado da quadra para que a defesa tenha mais tempo de se recuperar e contestar o arremesso.
O lance abaixo, usando justamente o Bulls de Thibs, vai te fazer entender:
Analisando de forma mais detalhada, para ficar mais fácil:
É um conceito simples, mas que exige comprometimento, comunicação e confiança entre os jogadores. É mais difícil do que parece “negar” o bloqueio, ainda mais levando em conta o nível dos jogadores da NBA. A comunicação é primordial, principalmente envolvendo o pivô e o armador (não necessariamente serão jogadores dessas posições). O pivô precisa deixar o armador ciente de que lado o bloqueio virá, afinal o armador não pode ficar de costas para seu adversário nem ficar virando a cabeça para os lados. São seus companheiros que irão guiá-lo. A confiança também é fundamental e isso faltou muito no elenco da temporada 2016/2017. Os jogadores não confiavam uns nos outros e isso fazia com que erros ocorressem. Por exemplo, Lou Williams vira e mexe não negava o primeiro bloqueio. Não por coincidência, era comum ver os pivôs, ao invés de se posicionarem para realizar o ice, simplesmente já irem saindo em direção ao armador ou para algum lugar da quadra que não deveriam estar. Por que? Porque não confiavam em Lou e já tentavam antecipar um possível erro do camisa 23.
E o ice, repetindo, é simples, mas basta alguém não fazer sua parte para quebrar todo o sistema. No elenco 2016/2017 isso era corriqueiro.
Ingram e Mozgov fazem o ice corretamente. Ingram nega o bloqueio, Mozgovimpede Bledsoe de atacar a cesta, mas Deng, que está no ladooposto da jogada, não faz a ajuda para Mozgov, deixando Chandler livre para enterrar.
A essa altura da jogada, Deng já deveria ter dado outro passo para a esquerda.
Já no Lakers versão 2017/2018, esse tipo de erro é muito menos frequente. Por ter jogadores mais comprometidos, mais inteligentes e simplesmente melhores tecnicamente que os do elenco anterior, o time defende com mais consistência. Erros aqui e ali acontecem, alguns por culpa de ajustes feitos (ou as vezes não feitos quando necessários) por Luke, alguns por desatenção dos jogadores, mas nada muito absurdo.
Lakers executa o ice com maestria: KCP força Mills a ir para a esquerda; Lopez impede a infiltração de Mills; Lonzo ajuda Lopez segurando Gasol. Cercados, os jogadores do Spurs ficam sem saída.
OBS*: Você deve ter reparado que o Lakers permite Mills executar o pick&roll normalmente, indo ao oposto dos conceitos de “ice defense”. Porém, esse é um caso de ajuste inteligente. Mills é um arremessador puro, e destro. Ele carregando a bola para a esquerda é tudo que o Lakers quer: Fica fácil para KCP contestar um eventual arremesso e, se ele não arremessar (que foi o que aconteceu), não tem qualidade para driblar ou criar algo numa defesa bem postada. Defender bem é também adaptar seus conceitos para os adversários. Muitas vezes isso faltou, mas em outras Luke mandou bem, como no exemplo.
Outro aspecto importante é que, além do sistema, o Lakers possui um bom elenco para defender, como dito anteriormente. Vários jogadores versáteis, que podem marcar mais de uma posição, além de serem esforçados e possuírem um grande QI de jogo. Você imagina, por exemplo, D’angelo Russell e Lou Williams fazendo o que Ball fez nesses lances?
Lonzo luta e para Vucevic no post; Lê muito bem o jogo e mata um contraataque do adversário; Erra o passe, mas luta até o final impedindo umacesta fácil de Isaac. Vergonha na cara é um“atributo” muito importantepara defender.
O Lakers evoluiu consideravelmente sua defesa em uma temporada. Hoje os torcedores têm confiança de que o time, ao menos em um lado da quadra, não vai fazer feio. Mas essa evolução passa muito pelo perfil dos jogadores, que é bastante diferente dos que jogaram a temporada anterior. De forma alguma isso é algo negativo para Luke, já que técnico nenhum vence sem talento e técnico nenhum arma boa defesa sem jogadores comprometidos. Ele mostrou que tem conceitos modernos e, se o elenco ajudar, pode armar uma defesa interessante. Porém, apesar daquele famoso ditado afirmar que “defesa ganha campeonato”, o basquete não se resume apenas em defesa. E aí, meus amigos, preparem seus ouvidos porque a corneta será forte…
A iniciar pelo trato com jogadores. Se no começo todos pareciam amá-lo, não acredito que esse seja o sentimento atual. Pergunte a D’angelo Russell o que ele achou de ter sido colocado no banco quando, após a troca de Lou Williams, viraria o comandante do time. Ele não estava jogando mal, muito pelo contrário, vivia o melhor momento de sua curta carreira, mas Luke colocou o garoto do banco. Por que? Ótima pergunta… Aliás, vale a lembrança: D’angelo passou alguns jogos no banco e depois, quando voltou ao time titular, enfiou 40 pontos e 6 assistências no Cavs em uma das melhores performances de sua carreira, deixando claro para Luke que seu lugar era entre os titulares. Outro exemplo, já no começo da atual temporada, quando Luke foi claro: O ala pivô titular será aquele com melhor desempenho na pré temporada. Julius Randle e Kyle Kuzma arrebentaram, Larry Nance… Bom, nem tanto. Mas Nance foi o escolhido, com Luke mudando o discurso. Não por acaso Randle, que hoje está voando, começou a temporada insatisfeito, chateado com o técnico e agora fazendo os torcedores se perguntarem o que esse time poderia ter feito se ele fosse o titular desde o primeiro jogo.
Luke se recusa a fazer coisas óbvias. Falando de coisas inexplicáveis só da temporada 2017/2018, demorou vários meses para usar Randle e Lopez juntos; Insistia em colocar Brewer e Ennis, jogadores de baixíssimo nível, com minutos gordos nas rotações; Demorou mais de 6 meses para usar Lopez próximo a cesta; Deixar Kuzma e Randle no banco de Nance foi um erro grande; Não mesclar a primeira e segunda unidade, sempre fazendo substituições em bloco, também. A lista é longa… Porém, não só os vários erros em escalações, rotações e afins que preocupam. Luke não possui algo que considero fundamental para um treinador: Feeling. Luke não tem o menor feeling de jogo. Ele tira jogadores que estão “on fire” para deixá-los mofando no banco enquanto o adversário abre vantagem, ele não pede tempo nos momentos certos e até mesmo a montagem dos “matchups” (quem vai marcar quem) é equivocada. Luke, por essa falta de feeling, cansou de entregar jogos. Se ele fosse um grande criador de jogadas, por exemplo, isso poderia ser relevado. Mas ele não apenas não possui o feeling de técnico, ele também está muito distante dos grandes “desenhistas de jogadas” como Gregg Popovich, Brad Stevens e Mike Budenholzer.
Alias, falando de jogadas (ou da falta delas)... Vamos ao ataque do Lakers. Se na temporada passada o sistema dependia do desafogo de “peladeiros” e dos lampejos de D’angelo Russell, hoje, acredite, o sistema está ainda mais pobre. Como dito no começo do texto, Luke, literalmente, não treinou seu ataque na pré temporada. E isso se estendeu pela temporada regular, quando Luke já estava treinando o ataque, porém ainda dando foco quase que total à defesa. Entendo que o foco maior seja na parte defensiva, mas não treinar o ataque? Me faltam palavras para expressar o quanto isso é errado. E, pior, a defesa do Lakers, por mais que seja boa, está longe de ser algo espetacular. O Lakers joga em um ataque onde nenhum jogador é colocado em posição para ter sucesso. Brandon Ingram é colocado em jogadas de mano a mano toda hora; Julius Randle tem que vencer os maiores protetores de aro também em jogadas de mano a mano; Lonzo Ball não possui nenhuma jogada de arremesso ou infiltração sem bola, que o consagraram em UCLA; Brook Lopez, um pivô gigantesco, conhecido pelo apurado jogo de post, jogou praticamente toda a temporada no perímetro tijolando bolas de 3. Sem contar nas rotações... Lonzo Ball, um armador sem muita criatividade para pontuar mas com uma visão de jogo fantástica e um jogo de transição apurado, se beneficiaria em jogar com lineups menores, mais rápidos e com melhor arremesso. Mas Luke o colocava com o total oposto. Várias vezes dividia a quadra com Larry Nance, Bogut e Brewer, jogadores pesados e/ou sem arremesso. Julius Randle dividia a quadra às vezes com Bogut, às vezes com Nance, jogadores sem arremesso e que congestionavam o garrafão, matando o jogo do camisa 30.
Luke, além de não ter um sistema que faça o jogo fluir, coloca seus jogadores nas piores condições possíveis. O ataque do Lakers pode ser resumido em um único lance:
O objetivo é dar a bola para Randle no post. Não há nenhuma movimentação antes, tentando mover a defesa para facilitar as coisas, os jogadores estão parados. Mas conseguem, apesar de Randle receber a bola praticamente no perímetro. Após isso, o time segue travado, sem absolutamente nenhuma movimentação. O ideal seria ter jogadores cortando para cesta e fazendo bloqueios uns para os outros para deixar alguém aberto na linha de 3, dando assim não só opções de passe para Randle, mas também abrindo um pouco o garrafão para que ele tenha mais espaço para trabalhar. O resultado foi bom, Randle na base da brutalidade consegue passar por cima de um excelente defensor. Mas é a jogada correta? Não. E não é algo que acontece esporadicamente, esse é o ataque do Lakers, um sistema travado e que força os jogadores a decidirem em jogadas individuais com o relógio estourando. Aliás, reparem em Luke Walton ao fundo: Tudo o que faz é reclamar com os árbitros. Para a jogada resumir perfeitamente o ataque do Lakers, só se tivesse resultado em uma tijolada de Brook Lopez para 3 pontos.
Além do sistema em si ser travado, Luke não possui criatividade alguma nas jogadas de “inbound”, ou “ATO” (sigla em inglês para “após pedido de tempo”, “After Time Out”), aquelas onde a bola será reposta na linha lateral para a sequência do jogo. Jogadas fundamentais nos finais de jogos apertados, por exemplo. Com seu time perdendo, empatando ou até mesmo ganhando, é crucial sair de um tempo técnico com uma jogada bem desenhada para garantir uns pontinhos ou ao menos uma falta. O Lakers… Bom, o Lakers sai dos pedidos de tempo com coisas assim:
O primeiro erro: Repare que cabe a Brook Lopez realizar bloqueios PARA TODOS OS 3 JOGADORES. Isso não existe em nenhuma equipe do mundo. É impossível ele realizar 3 bloqueios seguidos com consistência. O objetivo do bloqueio é, com o perdão da redundância, bloquear o marcador, criando espaço para o ataque. Nenhum espaço será criado com um jogador tendo que realizar 3 bloqueios em menos de 5 segundos. Segundo erro: Não há nada muito elaborado, fica difícil até entender qual era o objetivo da jogada. Os jogadores correm feito um bando sem saberem exatamente o que fazer. Lonzo precisa jogar no desespero para que o relógio não estoure, Lopez recebe no susto e cabe a Thomas, sem tempo nem espaço, salvar a pátria. Repito: Isso não é algo esporádico. Não estou sendo maldoso e buscando uma das únicas jogadas que deram errado na temporada, muito pelo contrário, se quisesse poderia fazer um texto só citando as péssimas jogadas desenhadas por Luke.
Por mais que esteja apenas em sua segunda temporada e ainda não tenha tido um grande elenco em mãos, Luke não mostra nenhum sinal de evolução. Para armar uma boa defesa precisou focar 100% nisso, deixando de treinar outros aspectos importantes do time. Seu ataque é travado. Para “destravar” terá que passar uma temporada inteira focando só nisso para “equilibrar as coisas” com a defesa? Suas decisões, quase que sempre, são altamente questionáveis. O trato com os jogadores é falho. Sempre que o time precisa de seu treinador, ele não está lá para ajudar. Aliás, é o total oposto. Quando o time está bem, ele consegue fazer algo para atrapalhar. Luke não só está atrapalhando o presente da franquia, mas também o futuro, dificultando muito as coisas para as promessas Lonzo Ball, Brandon Ingram, Kyle Kuzma, Josh Hart e Julius Randle.
O Lakers, que com a nova gestão comandada por Magic Johnson busca voltar ao topo o mais rápido possível, precisará avaliar seriamente se vale a pena seguir com Luke Walton no comando. O treinador, que tem contrato até o fim da temporada 2020/2021, é o cara certo para levar a vitoriosa franquia de volta às glórias? Vale a pena ter um pouco mais de paciência e esperar alguma evolução de Walton? Dar a Luke um elenco com uma estrela, como, por exemplo, Paul George, pode fazer com que o treinador dê um salto de qualidade? Eu, sinceramente, não arriscaria. Luke parece ter prazer em sabotar a própria equipe e não tem capacidade de extrair o máximo de seu elenco. Insistir no erro pode custar muito caro. No meio de tantas dúvidas e cobranças em cima dos jovens jogadores que o Lakers conseguiu através dos recentes Drafts, a promessa que parece não ter vingado senta no banco de reservas e tem posse da prancheta.
Autor: LeoLakers, o consumidor compulsivo de tanguinhas do LaVar.
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DALTON KNETCH Idade: 23 anos (19/04/2001) Altura: 6'6.5' | 1.98 cm Peso: 212 lbs | 89 kg PPG: 21.7 (45.8% FG | 39.7% 3PT | 77.2% FT) RPG: 4.9 (0.8 OR | 4.1 DR) APG: 1.8 | 1.7 TOV | 0.7 STL Eleito o SF do ano no college, Dalton é um dos melhores shooters da classe com um jumper lindo. Teve 11 jogos acertando 4 bolas ou mais de 3 e 8 jogos de 30+ pontos. Inclusive no March Madness ele cresceu anotando 26 ppg, e na derrota de Tennessee para Purdue no Elite 8, meteu 6-12 pra 3 e anotou 37 pontos. Ele tem muita confiança no seu arremesso, é muito versátil acertando bolas em movimento, marcado, CnS, sabe trabalhar muito bem off ball. Mas não só isso, ele também é explosivo e pode trabalhar bem com infiltrações também, chegou até a dar alguns posters durante a temporada. Sua defesa é seu pontos fraco, mas tem evoluído. Ele tem uma boa envergadura e atributos físicos para não passar vergonha. Seu bal...
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